3.12.06

Ricky Martin - 1ª Parte



Com seu novo disco Unplugged, uma visita ao Congresso e uma casa cheia de monges budistas em Miami Beach, deixou para trás a tormenta de sua vida louca para vestir-se de business e lutar para mudar o mundo. O redemoinho interior desse astro segue, a mil por hora, fazendo história... e digam o que digam.

Poucos seres reúnem tantos contrastes e tantos dons como Ricky Martin. Poderia dizer que de tanto meditar, Ricky aprendeu a desdobrar-se, a deixar o corpo para que a alma flua e se mova a seu desejo, para incorporar-se de mil maneiras diferentes. Faz pouco tempo que os limites deixaram de ser um problema, ele está mais além disso... Tem claro que é assim pese os snobs da música, tem seu capítulo reservado na história. Isso o dá certo direito a eleger o que fazer com esta segunda etapa de sua vida. Depois de um furacão que foi sua época de Livin’ La Vida Loca, buscou paz, a encontrou, livrou-se de todo o desnecessário e renovou seu espírito de maneira impressionante.
Ricky reinventou o Ricky e poderia fazer-lo mil vezes mais, pois paralelo à paz, leva um redemoinho interno de adrenalina pura. Pode fazer que uma noite qualquer seja mágica cantando na intimidade de um unplugged, soltar os baixos instintos com seus movimentos pélvicos como nos grandes tempos e no dia seguinte, brilhar de terno e defender frente ao Congresso dos Estados Unidos o direito das crianças para que eles tomem conta, mas de verdade. Converte-se na voz dos que não a tem e com uma autoridade impactante. Por algo foi, é e seguirá sendo Ricky Martin.
Dizem que no lar dos seres humanos é a fotografia panorâmica de nossa alma. Cada detalhe fala de nós, de nosso estado, de nossos desejos, de nosso passado e projeta em direção aonde caminharmos. O lar de Ricky Martin em Miami Beach sussurra, canta e exorta. Apenas cruza a entrada, uma figura hindu envolta em tecidos branco e laranja aliados de espiritualidade, capta a atenção. “É uma das reencarnações de Buda”, comenta Ricky. “A cada momento vem congregações budistas ao sul da Flórida e os chamo para que me ensinem mantras. De momento chegam dez monges tibetanos e começam a fazer os shomyos, os cantos e sempre que entram me dizem, ‘mas é que não há que buscar outro lugar, é aqui’”. É óbvio que devem sentir-se como em casa, é um lugar acolhedor, onde a luz reina e a paz sente-se de verdade. “Olha, aí se vêem os entardeceres”, disse e mostra em direção à janela. “No verão estão mais aqui, na direita... Eu gosto desta casa porque é nova, ninguém mais viveu aqui, tem só minha energia. Lembro ter passado por aqui e ver o terreno vazio. Há umas palmeiras gigantescas dos dois lados e foi um espetáculo quando as puseram”.
À luz que entra em abundância por uma enorme janela que dá para o mar, se junta a uma vela que permanece acessa de maneira constante. Predominam os enfeites e elementos da Índia na decoração, tudo em perfeita harmonia, nada de excessos. Um pedacinho do céu.

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