Crônica da Música Latina (1ª parte)
A popularidade que atualmente alcança a música latina nos Estados Unidos é o resultado de décadas de êxitos nos quais se destacam alguns marcos que cruzaram as fronteiras do tempo.
Estes transcendentais eventos exemplificam as diversas maneiras em que a música latina foi submergindo na cultura norte-americana ao longo dos anos e do trabalho sustentado de muitos artistas, causando uma perdurável impressão tanto nos ouvintes como nos músicos norte-americanos.
Mesmo assim, a música norte-americana, desde a música discoteca até a música funk, a música de protesto até o rap, regressaram à América do Sul e Central, influenciando muitos músicos locais e criando muitos gêneros tais como o rock e o rap em espanhol. Foi um diálogo proveitoso, e a música vibrante resultante dele ajudou a unir mais ainda as Américas.
1955 – Com passos vacilantes, uma dupla de jovens dirigem-se à pista de dança do Palladium em Nova York. Esta é a primeira vez que visitam o clube. Um homem jovem cujo nome era Tito Puente caminha sobre o cenário, pára em frente aos timbales brilhantes e começa a tocar um contagiante ritmo diferente no cencerro (sineta). O ritmo é complexo e sensual ao mesmo tempo. A dupla pratica o passo de mambo que aprenderam recentemente. Puente toca o cha cha cha, o son montuno e o guaguancó. Quando canta um solo, a dupla vibra com entusiasmo.
1958 – A versão de “La Bamba” de Ritchie Valens, um huapango de um antigo casamento interpretada com a letra original em espanhol, onde se escuta o cantor como uma criança, converte-se em êxito e parte fundamental da cultura pop norte-americana.
1963 – Em uma colaboração entre Stan Getz, o compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim e o cantor João Gilberto, de maneira espontânea solicita-se a Astrud, esposa de João, que cante Garota de Ipanema em inglês. Sua voz frágil e memorável converteu a canção em um êxito surpreendente e anuncia a chagada da bossa nova, um dos gêneros musicais mais doces que já foi criado. Jobim escreveu a canção conjuntamente com o poeta Vinícius de Moraes em um pequeníssimo bar de histórias secundárias, logo após observar a mesma garota caminhar todos os dias pela praia. Até este dia, muitos homens pedem um encontro com a garota original de Ipanema.
1970 – Carlos Santana e sua banda lançam Abraxas, uma explosiva fusão de ritmos afro-cubanos difundidos e uma combustão do rock n’roll. Sua versão de Oye Como Va de Tito Puente converte-se no maior êxito em sua próspera carreira.
Estes transcendentais eventos exemplificam as diversas maneiras em que a música latina incorporou-se ao amplo leque musical deste país. O mambo, o tango, o merengue, a cumbia, o cha cha cha, a rancheira, o huapango, o vallenato, a plena, a bomba &150.
Hoje em dia, a música latina está desfrutando uma onda assombrosa de criatividade. Os músicos, cantores e compositores estão empregando as melhores ferramentas da tecnologia moderna sem renunciar suas verdadeiras raízes. Mesmo assim estão harmonizando seus estilos regionais com as diversas influências externas, criando trabalhos que expressam uma nova realidade multi-cultural, a realidade do novo milênio, em todo o mundo latino.
A mistura cultural se manifesta na música, e nos Estados Unidos a influência hispânica manifestou-se na integração de ritmos e instrumentos. Lembremos que a integração da cultura anglo-saxônica e latina vem desenvolvendo-se na América do Norte desde os tempos da colônia e da independência, especialmente pela influência que chegou do Caribe e do México.
Por essa integração é que se faz cada vez mais necessária a fusão, talvez porque é parte de nossa evolução cultural que vai acompanhada de um alto grau de imigração do sul.
Jelly Roll Morton já dizia que era essencial um “sabor espanhol” no jazz, e inclusive podemos agregar que “filtrou-se nas raízes da música e já foi absorvida pelo que habitualmente pensamos como estilos “americanos”, seja jazz, R&B, country ou rock”, segundo declara Fernando Gonzáles no artículo “Más além do sabor latino”.
Os elementos latinos normalmente confluem em expressões populares de música e hoje em dia é quando começa a manifestar-se de maneira mais acentuada, seja porque os hispânicos ou latinos estão influenciando cada vez mais a América do Norte ou porque são a raça com a maior taxa de crescimento nos Estados Unidos.
1984 – Rubén Blades, super estrela da salsa deixa a gravadora Fania, assina com Elektra Records e lança Buscando América, uma moda intensa e cômica na realidade latina norte-americana. Literalmente, os temas da gama de suas canções, desde o assassinato político em El Salvador arrasado pela guerra de El Padre Antonio y su Monaguillo Andrés até a nostalgia dos imigrantes pelo país, deixam-se atrás em Todos Vuelven. O álbum converte-se em um clássico exemplo do poder da música para entreter e inspirar ao mesmo tempo.
1995 – Justo quando ia alcançar uma internacionalização no mercando inglês, Selena, a sensação Tex-Mex, foi assassinada pela presidenta de seu fã-clube. Nasce uma lenda.
Enquanto o tango desfrutou um inesperado redescobrimento nos anos 90, ajudado pelo trabalho de artistas como Astor Piazzolla, maestro do Novo Tango, o cantor Julio Iglesias e músicos clássicos como Daniel Barenboim, Yo-Yo Ma e Gidon Kremer, esta música já havia seduzido os Estados Unidos mais ou menos em 1910.
Um fenômeno similar foi o êxito alcançado pelo álbum Buena Vista Social Club e a saga de discos que membros da banda fizeram posteriormente. A produção, a cargo de Ry Cooder, foi uma reunião de velhas canções no mais puro estilo do son cubano, interpretadas por um grupo multigeracional. O resultado encantou o público norte-americano, tal como havia feito a rumba nos anos ’40. Segundo Fernando Gonzáles a denominada “rumba craze”, ou loucura da rumba foi em geral son. Nesses anos surgiram êxitos como “El Manisero” (The Peanut Vendor) e “Mama Ines”
1999 – O cantor porto-riquenho Ricky Martin interpreta o êxito “La Copa de la Vida” na transmissão do 41º Grammy Americano. Mulheres de todo o mundo suspiraram com desejo. Homens de todas as idades e todas as raças encontram-se sem explicação alguma movendo as cadeiras. A música latina nos Estados Unidos entra com força. É um fenômeno que não poder-se-á esquecer por muito tempo.
Estes transcendentais eventos exemplificam as diversas maneiras em que a música latina foi submergindo na cultura norte-americana ao longo dos anos e do trabalho sustentado de muitos artistas, causando uma perdurável impressão tanto nos ouvintes como nos músicos norte-americanos.
Mesmo assim, a música norte-americana, desde a música discoteca até a música funk, a música de protesto até o rap, regressaram à América do Sul e Central, influenciando muitos músicos locais e criando muitos gêneros tais como o rock e o rap em espanhol. Foi um diálogo proveitoso, e a música vibrante resultante dele ajudou a unir mais ainda as Américas.
1955 – Com passos vacilantes, uma dupla de jovens dirigem-se à pista de dança do Palladium em Nova York. Esta é a primeira vez que visitam o clube. Um homem jovem cujo nome era Tito Puente caminha sobre o cenário, pára em frente aos timbales brilhantes e começa a tocar um contagiante ritmo diferente no cencerro (sineta). O ritmo é complexo e sensual ao mesmo tempo. A dupla pratica o passo de mambo que aprenderam recentemente. Puente toca o cha cha cha, o son montuno e o guaguancó. Quando canta um solo, a dupla vibra com entusiasmo.
1958 – A versão de “La Bamba” de Ritchie Valens, um huapango de um antigo casamento interpretada com a letra original em espanhol, onde se escuta o cantor como uma criança, converte-se em êxito e parte fundamental da cultura pop norte-americana.
1963 – Em uma colaboração entre Stan Getz, o compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim e o cantor João Gilberto, de maneira espontânea solicita-se a Astrud, esposa de João, que cante Garota de Ipanema em inglês. Sua voz frágil e memorável converteu a canção em um êxito surpreendente e anuncia a chagada da bossa nova, um dos gêneros musicais mais doces que já foi criado. Jobim escreveu a canção conjuntamente com o poeta Vinícius de Moraes em um pequeníssimo bar de histórias secundárias, logo após observar a mesma garota caminhar todos os dias pela praia. Até este dia, muitos homens pedem um encontro com a garota original de Ipanema.
1970 – Carlos Santana e sua banda lançam Abraxas, uma explosiva fusão de ritmos afro-cubanos difundidos e uma combustão do rock n’roll. Sua versão de Oye Como Va de Tito Puente converte-se no maior êxito em sua próspera carreira.
Estes transcendentais eventos exemplificam as diversas maneiras em que a música latina incorporou-se ao amplo leque musical deste país. O mambo, o tango, o merengue, a cumbia, o cha cha cha, a rancheira, o huapango, o vallenato, a plena, a bomba &150.
Hoje em dia, a música latina está desfrutando uma onda assombrosa de criatividade. Os músicos, cantores e compositores estão empregando as melhores ferramentas da tecnologia moderna sem renunciar suas verdadeiras raízes. Mesmo assim estão harmonizando seus estilos regionais com as diversas influências externas, criando trabalhos que expressam uma nova realidade multi-cultural, a realidade do novo milênio, em todo o mundo latino.
A mistura cultural se manifesta na música, e nos Estados Unidos a influência hispânica manifestou-se na integração de ritmos e instrumentos. Lembremos que a integração da cultura anglo-saxônica e latina vem desenvolvendo-se na América do Norte desde os tempos da colônia e da independência, especialmente pela influência que chegou do Caribe e do México.
Por essa integração é que se faz cada vez mais necessária a fusão, talvez porque é parte de nossa evolução cultural que vai acompanhada de um alto grau de imigração do sul.
Jelly Roll Morton já dizia que era essencial um “sabor espanhol” no jazz, e inclusive podemos agregar que “filtrou-se nas raízes da música e já foi absorvida pelo que habitualmente pensamos como estilos “americanos”, seja jazz, R&B, country ou rock”, segundo declara Fernando Gonzáles no artículo “Más além do sabor latino”.
Os elementos latinos normalmente confluem em expressões populares de música e hoje em dia é quando começa a manifestar-se de maneira mais acentuada, seja porque os hispânicos ou latinos estão influenciando cada vez mais a América do Norte ou porque são a raça com a maior taxa de crescimento nos Estados Unidos.
1984 – Rubén Blades, super estrela da salsa deixa a gravadora Fania, assina com Elektra Records e lança Buscando América, uma moda intensa e cômica na realidade latina norte-americana. Literalmente, os temas da gama de suas canções, desde o assassinato político em El Salvador arrasado pela guerra de El Padre Antonio y su Monaguillo Andrés até a nostalgia dos imigrantes pelo país, deixam-se atrás em Todos Vuelven. O álbum converte-se em um clássico exemplo do poder da música para entreter e inspirar ao mesmo tempo.
1995 – Justo quando ia alcançar uma internacionalização no mercando inglês, Selena, a sensação Tex-Mex, foi assassinada pela presidenta de seu fã-clube. Nasce uma lenda.
Enquanto o tango desfrutou um inesperado redescobrimento nos anos 90, ajudado pelo trabalho de artistas como Astor Piazzolla, maestro do Novo Tango, o cantor Julio Iglesias e músicos clássicos como Daniel Barenboim, Yo-Yo Ma e Gidon Kremer, esta música já havia seduzido os Estados Unidos mais ou menos em 1910.
Um fenômeno similar foi o êxito alcançado pelo álbum Buena Vista Social Club e a saga de discos que membros da banda fizeram posteriormente. A produção, a cargo de Ry Cooder, foi uma reunião de velhas canções no mais puro estilo do son cubano, interpretadas por um grupo multigeracional. O resultado encantou o público norte-americano, tal como havia feito a rumba nos anos ’40. Segundo Fernando Gonzáles a denominada “rumba craze”, ou loucura da rumba foi em geral son. Nesses anos surgiram êxitos como “El Manisero” (The Peanut Vendor) e “Mama Ines”
1999 – O cantor porto-riquenho Ricky Martin interpreta o êxito “La Copa de la Vida” na transmissão do 41º Grammy Americano. Mulheres de todo o mundo suspiraram com desejo. Homens de todas as idades e todas as raças encontram-se sem explicação alguma movendo as cadeiras. A música latina nos Estados Unidos entra com força. É um fenômeno que não poder-se-á esquecer por muito tempo.
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